Evento Rede Oceano Limpo - Foto:Danyelle Simoes
Danyelle Simoes

Lixo no mar é uma das maiores ameaças ao oceano

A pesca é uma fonte crucial para a segurança alimentar, mas está sob pressão devido às mudanças climáticas, pesca excessiva e poluição. É necessário um esforço global para promover oceanos limpos e saudáveis.

A Embaixada da Noruega, em cooperação com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, sediada no Instituto de Estudos Avançados da USP e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), realizou nesta quinta-feira (30) o evento “Em busca de um oceano limpo” para apresentar a cooperação bilateral na área de oceano e criar um espaço de interação e trocas de informações e ideias entre os representantes do governo federal, do terceiro setor e de empresas privadas.

O Embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Rudd, abriu o evento e afirmou que a nossa riqueza mundial está muito ligada ao mar. “No caso da Noruega - os nossos antepassados sobreviveram dos ricos estoques de peixe ao longo da costa. O bacalhau tem sido um dos principais pilares da nossa história de comércio e exportação, desde o início do século dezessete. A pesca é uma fonte crucial para a segurança alimentar. No entanto, está sob pressão por causa de mudanças climáticas, pesca excessiva e poluição. É necessário um esforço global para promover oceanos limpos e saudáveis.

A embaixada da Noruega tem uma colaboração estruturante com o FUNBIO e com a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, em diálogo com estados costeiros do Brasil, visando o combate ao lixo no mar. O Plano Estratégico de Monitoramento e Avaliação do Lixo no Mar do Estado de São Paulo (PEMALM) foi elaborado na primeira fase da parceria bilateral e, agora em sua segunda fase, o projeto avança para a criação da Rede Oceano Limpo. É o que explica o professor doutor Alexander Turra.

“O Brasil precisa estar preparado para se posicionar no movimento global de enfrentamento ao lixo no mar, trazendo nossa experiência para as discussões sobre o futuro tratado global contra poluição plástica, em desenvolvimento pela ONU”, destaca Turra.

Para o superintendente de Programas do FUNBIO, Manoel Serrão, o projeto tem sido uma experiência exitosa, alcançando os estados do Amapá, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. “E a diversidade de parceiros nesta sala é fundamental para que realmente aconteça. Precisamos dessa articulação para conseguir incidir em políticas públicas, levando o conhecimento científico para o enfrentamento da questão do lixo do mar”, disse.

Rede Oceano Limpo

Lançado em 2021, o Plano Estratégico de Monitoramento e Avaliação do Lixo no Mar do Estado de São Paulo combina conhecimento, engajamento e interação de atores-chave para criar uma base de informações qualificadas e capital institucional para monitorar e avaliar o problema do lixo no mar no estado de São Paulo.

​A publicação consolida um esforço firmado na parceria entre o FUNBIO, a Cátedra da UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo e a Embaixada da Noruega. O plano representa também a contribuição de diversos setores da sociedade para responder à necessidade de se compreender o problema do lixo no mar no estado para então buscar formas de combatê-lo.

A partir da criação desta política pública, inicia-se o movimento da Rede Oceano Limpo, cujo objetivo é fortalecer arranjos institucionais para abordar a agenda do lixo no mar ao longo da costa brasileira, articulando diferentes setores da sociedade para o estabelecimento de um processo integrado e participativo para produzir e compartilhar informações e ações sobre o lixo no mar.