Uma delegação da Noruega visitou a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) nesta terça-feira (10/09) para conhecer de perto as inovações e tecnologias aplicadas à integração agroflorestal, que, segundo a embaixada daquele país, “são essenciais para promover a sustentabilidade no setor agropecuário, aumentar a produtividade e preservar os recursos naturais”.
Estiveram presentes a vice-ministra do Ministério da Agricultura e Alimentação da Noruega, Wenche Westberg; a secretária-geral do Ministério da Agricultura e Alimentação da Noruega, Anne Marie Glosli; o embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud; a conselheira para o G20, Tonje Flatmark Sødal; e o conselheiro de Clima e Floresta, Ole Reidar Bergum. A comitiva foi recebida pela diretora de Negócios da Embrapa, Ana Euler; pelo chefe-geral da Unidade, Marcelo Lopes; além de pesquisadores e assessores.
Após a abertura de Lopes, no Auditório Clara Goedert, o pesquisador Julio Carlyle fez uma breve apresentação sobre a Unidade aos visitantes, onde falou sobre o Sistema de Curadoria de Germoplasma e como estabelecer parcerias com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, entre outros temas.
Banco Genético
A comitiva seguiu para o Banco Genético da Embrapa, o maior da América Latina e o quinto maior do mundo, que atua em parceria com centenas de bancos de germoplasma, núcleos de conservação animal e coleções de microrganismos da Embrapa e também de instituições parceiras do Brasil e do exterior.
Os pesquisadores Juliano Pádua e Samuel Paiva explicaram aos visitantes que o Banco Genético da Embrapa possui atualmente 152.664 amostras de sementes; 12.337 amostras de microrganismos; 1.954.933 amostras de sangue, sêmen, pelos, penas e outros tecidos no banco genético animal; e 534 acessos na coleção in vitro.
Eles destacaram que o objetivo do trabalho é preservar a diversidade genética das espécies animais, vegetais e de microrganismos importantes para a agropecuária, seja para uso atual ou futuro. “Com o uso do germoplasma conservado, é possível melhorar raças animais e desenvolver novas cultivares de plantas mais produtivas, com maior valor nutricional e mais resistentes a pragas, doenças e condições climáticas adversas”, afirmou Pádua.
Em seguida, os noruegueses conheceram o Banco de Germoplasma de baunilha da Unidade, que conta com materiais coletados no Brasil inteiro. “Vamos estudar material por material, para saber quais espécies ou indivíduos apresentam melhor potencial de produção, maior resistência a doenças, ou um buquê aromático diferente, que pode ter diferentes usos. A gente também vai poder identificar a aptidão agrícola dessas espécies”, explicou o pesquisador Roberto Fontes Vieira.
Apresentação
Depois de conhecer um pouco das instalações da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a comitiva se reuniu com a diretora Ana Euler, que fez uma apresentação geral da Embrapa e destacou pontos como as diretrizes do VII Plano Diretor da Embrapa (PDE), sistemas sustentáveis de produção, capacitação on-line por meio da plataforma e-Campo, Sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Fixação Biológica de Nitrogênio, Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (ZARC), operações internacionais da Embrapa e parcerias da Empresa com a Noruega, entre outros.
Ana Euler destacou que “temos um grande desafio de prover soluções tecnológicas e apoiar políticas públicas nacionais e globais para adaptação e resiliência de sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis, frente às mudanças do clima e em sintonia com os compromissos nacionais de erradicação da fome e redução das desigualdades”.
Parceria
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marcelo Lopes, a visita foi uma oportunidade para mostrar o trabalho conjunto de conservação feito na Unidade, inclusive, associado ao Banco de Svalbard, um banco internacional de sementes que fica na Noruega, onde já estão armazenados 5.122 acessos enviados pelo Centro de Pesquisa. “Em breve, serão enviados outros 3.003 acessos, totalizando 8.125, após esse envio”, comentou.
“Outro aspecto importante foi que pudemos mostrar que na Embrapa há uma preocupação muito grande em trabalhar com as diferentes realidades socioeconômicas do Brasil, desenvolvendo tecnologias e soluções adequadas a cada uma dessas realidades. Acho que isso foi o que mais chamou a atenção deles”, assinalou Lopes.
O chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia acredita que foi possível mostrar aos noruegueses que a agricultura brasileira é extremamente diversa, e que hoje toda a pesquisa da Embrapa busca o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente sustentáveis. “Nesse sentido, foi muito positiva a visita e essa aproximação, principalmente levando-se em conta que a Noruega é líder em políticas globais de desenvolvimento econômico”, finalizou.
Já o embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, ressaltou que “é sempre muito inspirador visitar a Embrapa, uma parceira que nos recebe tão bem e com quem temos orgulho de cooperar em muitas frentes. Ficamos impressionados com os laboratórios e a inovação tecnológica promovida pela Empresa”.
Texto escrito por Eduardo Pinho (com modificações)