Foto do Ministro das relacoes exteriores da Noruega - Foto:Cecilie Stuedal
Ministro Espen Barth Eide Cecilie Stuedal

G20: Noruega pretende contribuir para um mundo menos polarizado

Ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, chega ao Brasil para reunião do G20. Noruega participa como país convidado.

O ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, está no Brasil para participar da primeira reunião ministerial do G20, grupo que reúne as economias mais importantes do mundo. O encontro de chanceleres, que acontece esta semana no Rio de Janeiro, abordará temas como a situação geopolítica e a reforma das instituições internacionais.

Segundo o ministro Barth Eide, a Noruega tem uma economia aberta e, por isso, depende da estabilidade e da cooperação internacional. “Isso se aplica ao comércio, ao clima e ao desenvolvimento sustentável. A divisão entre o Norte e o Sul foi altamente reforçada devido à guerra em Gaza. Devemos tentar, em conjunto, ultrapassar esta situação e a percepção de que o Ocidente tem dois pesos e duas medidas. É importante ouvirmos uns aos outros, também em locais mais informais como o G20”, afirma o chanceler. 

“A Noruega depende – mais do que a maioria dos países – do bom funcionamento mundial. Um acordo no G20 pode ter um impacto direto no comércio internacional, na economia e no desenvolvimento. O reforço da cooperação econômica internacional significa que a nossa economia está mais preparada para intervenções externas. Além disso, o aumento da cooperação internacional em matéria fiscal também é importante para superar os paraísos fiscais e a movimentação ilegal de dinheiro, o que deveria beneficiar a sociedade”, explica Barth Eide.

As ambições do Brasil para a presidência do G20 este ano são reduzir a desigualdade no mundo, tanto por meio de uma transição energética justa, do aumento da segurança alimentar e da reforma das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BID). O G20 sublinha que o crescimento económico deve ser inclusivo, para que contribua para a redução da desigualdade. Para a Noruega e outros países, um sistema fiscal que funcione bem é importante para financiar os benefícios sociais e, assim, contribuir para uma distribuição mais justa.

“A principal ambição do governo brasileiro com a presidência do G20 é reduzir a desigualdade. Temos sido um parceiro sólido no que diz respeito ao desmatamento e, não menos importante, o Brasil aprecia o papel que a Noruega desempenha em várias iniciativas de paz no mundo. Isto não significa que concordamos em tudo, mas é um diálogo bom e significativo que esperamos desenvolver ainda mais para um mundo mais estável” diz Eide.

G20 - É uma cooperação internacional composta por 19 países, a União Europeia (UE) e a União Africana (UA). Os membros incluem algumas das maiores economias do mundo, como Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Índia, México e Brasil. Com a liderança do Brasil este ano, a Noruega e sete outros países foram convidados para participarem das reuniões.

O G20 foi criado para promover a cooperação e a estabilidade econômica global e expandiu gradualmente a sua agenda para outras áreas. Os membros reúnem-se várias vezes por ano para discutir e colaborar sobre questões econômicas importantes, além de outros desafios globais, como as alterações climáticas, o comércio, as questões do mercado de trabalho e o desenvolvimento. O ano do G20 termina com uma Cúpula, que reúne chefes de estado e de governo dos países membros e os países convidados, bem como representantes de organizações internacionais.