Satélite norueguês AIS - Foto:regjeringen
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Noruega lança satélites que detectam pesca ilegal

Mais de um terço dos estados costeiros do mundo terão acesso a dados e conhecimentos de satélite noruegueses

O Governo norueguês lançou nesta sexta-feira (22) um programa global de vigilância dos oceanos contra pesca ilegal. Todos os países que aderiram à Comunidade Justiça Azul (Blue Justice Initiative, em inglês) terão acesso aos dados de satélites noruegueses - Sistema de Identificação Automática (AIS, em ingês). As informações serão fornecidas gratuitamente, permitindo vigiar as costas marítimas, analisar os próprios dados e detectar crimes pesqueiros. 

“Trata-se de um crime organizado mundial e que tem esgotado recursos que valem milhões de dólares. O crime pesqueiro ameaça a sustentabilidade do oceano e os ecossistemas marítimos, privando as comunidades locais de trabalho e recursos. O combate à pesca ilegal é muito importante para Noruega e, para superar o problema da pesca ilegal, estamos agora compartilhando tecnologias e conhecimentos com muitos outros países", afirmou o ministro das Pescas e Política Oceânica, Bjørnar Skjæran. 

As informações do AIS são complementares às baseadas em radares recebidas pelas embarcações. Todos os anos, os satélites noruegueses reúnem aproximadamente 2,1 bilhões de sinais de rastreamento (AIS) de todo o mundo. 

“A luta contra a pesca ilegal é vital para o desenvolvimento de economias oceânicas sustentáveis e justas nos países em desenvolvimento. O rastreamento de navios de pesca pode se tornar uma ferramenta importante para esses países", disse a ministra do Desenvolvimento Internacional, Anne Beathe Tvinnereim. 

O programa de vigilância oceânica foi desenvolvido pelo “BarentsWatch Centre” da Administração Costeira Norueguesa e pela Agência Espacial Norueguesa, que fica localizado em Vardø, no extremo norte da Noruega.   

Blue Justice  

A iniciativa Blue Justice é um organismo de apoio aos países em desenvolvimento na operacionalização da Declaração de Copenhague para coibir crimes como pesca ilegal, corrupção, fraudes tarifárias, lavagem de dinheiro e tráfico nas atividades da indústria pesqueira.  

O projeto é uma iniciativa do governo da Noruega e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atualmente, é apoiado atualmente por 61 países, incluindo Brasil, e corresponde a cerca de 37% dos países com costa litorânea.